Curso Desenvolvimento e implementação do Tratamento Comunitário (TC) no DF
Registro no Sistema de Extensão UnB – SIEX Nº 58878
Carga horária: 300 horas
Período: 27/11/2017 a 29/06/2018
Este curso integra a ação do Programa e Projetos de Extensão de Ação Contínua
(PEAC) Saúde Mental e Vulnerabilidades sociais, participação e redes de proteção
Comunitária que contou com apoio do Fundo Nacional de Saúde/MS – TED 86/2016,
da Deputada Federal pelo DF Érika Kokay.
A formação envolveu a aplicação teórica e metodológica do Tratamento
Comunitário por equipes constituídas por profissionais de diferentes áreas do
conhecimento da saúde, áreas afins e lideranças da comunidade para promover ações de
vinculação e de inclusão social junto às populações vulneráveis em territórios definidos
no DF.
Objetivo geral
Desenvolver o planejamento, organização, gestão e controle da vida cotidiana
em processos participativos no território comunitário.
Objetivos específicos
Aplicar e analisar os instrumentos utilizados na construção do tratamento
comunitário mediante a criação das redes.
Desenvolver seguimentos de casos com os parceiros, articulados aos
instrumentais do TC.
Desenvolver os dispositivos das redes necessários para implementar o
tratamento comunitário.
Melhorar o conhecimento, a autonomia, as competências e as condições laborais
das comunidades e das pessoas, famílias, grupos, redes vinculadas com situações de
sofrimento social.
Promover e fortalecer a participação comunitária das pessoas em situação de
vulnerabilidade social.
Analisar e avaliar os instrumentos do tratamento comunitário quanto aos seus
resultados para a redução da vulnerabilidade e da exclusão social.
Articular redes de recursos comunitários.
Programação
Tratamento Comunitário: conceitos e método
Ações de construção do dispositivo do TC
O encontro com a comunidade
Identificação da Comunidade Local (Território).
A comunidade e os seus serviços: métodos e ferramentas de trabalho do tratamento
comunitário
O trabalho na rua e com a comunidade
As ações de vinculação
O trabalho com redes
As ações de construção do conhecimento e os territórios comunitários
Redes: portas principais de entrada em uma comunidade
Rede subjetiva comunitária
Rede Operativa
Redes de recursos comunitários
Redes de líderes de opinião
Minoria Ativa Componentes do tratamento comunitário
Registro e sistematização do instrumental e ações construídas.
Metodologia
O curso permitiu um espaço de formação de alunos de graduação e pós-
graduação, de profissionais de saúde e áreas afins e de lideranças comunitárias na
implementação da metodologia da abordagem do Tratamento Comunitário, uma
intervenção prática na comunidade e a devida sistematização dos registros do processo
desenvolvido.
As atividades práticas se deram em cinco territórios distintos, com encontros
para planificação e para registros dos instrumentais e discussão dos textos. Houve
também e momentos de dispersão para estudo de textos indicados, totalizando 12 horas
semanais e ao final de seis meses foram computadas 300 horas para fins de certificação.
O exercício da sistematização do tratamento comunitário foi norteado pelos
princípios da autonomia, protagonismo, capital social, proteção comunitária, redes
sociais, territórios e inclusão social, com a perspectiva de formar equipes para
intervenção junto à população em situação de vulnerabilidade social, sofrimento mental
e exclusão social, pessoas com adoecimento mental, usuários de álcool e outras drogas
ou que se encontram em situação de violência estrutural.
Nos cinco territórios definidos para a experiência de aprendizagem e de
intervenção prática-metodológica, as equipes (Equipe Centro de Ensino Fundamental
Público; Equipe do Coletivo de Setor; Equipe ECOSOL; Equipe Galera da Vila e
Equipe Implementação dos Grupos de Ajuda Mútua) planejaram e executaram suas
ações a partir de uma realidade concreta e demandas de intervenção evidenciadas na
sistematização do TC.
Cenários de intervenção utilizando referencial teórico do TC
Centro de Ensino Fundamental Público
Esta equipe fez gestões em vários territórios no Paranoá e, durante uma ação de
vinculação que estava sendo feita em um espaço público, foi abordada por professores
de uma escola da Secretaria de Estado da Educação, localizada na cidade Paranoá e
convidada a desenvolver trabalho junto aos alunos.
Ação: intervenção com adolescentes escolares em situação de vulnerabilidade
social com vista ao estímulo ao exercício do protagonismo infanto-juvenil.
Equipe Coletivo de Setor – Setor Comercial Sul
Este setor fica na área central de Brasília. O trabalho foi desenvolvido em
parceria com a Secretaria de Estado do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres,
Igualdade Racial e Direitos Humanos/SEDESTMIDH, em particular com o Projeto
Cuidando da Vida, que estava sendo executado nesse setor.
Ação: intervenção junto a população em situação de vulnerabilidade social e
com exposição aos fatores de riscos para uso problemático de drogas, prostituição e
outras violências estruturais.
3 – Equipe ECOSOL
Trabalho desenvolvido em parceria com várias unidades de CAPS do DF, com o
objetivo de implementação da Economia Solidária ou Criativa ou de Geração de
Rendas.
Ação: promover espaços para reflexão da dimensão do trabalho como fator de
dignidade e cidadania da população em situação de sofrimento psíquico e da
necessidade de empreendedorismo para desenvolvimento de projetos de geração de
renda, de economia solidária e/ou economia criativa, como estratégia para a reabilitação
e inclusão social dos usuários e familiares da Rede de Atenção Psicossocial, com
engajamento e coresponsabilização da rede de serviços CAPS do DF.
Equipe Galera da Vila
Trabalho desenvolvido na Vila Planalto, território próximo ao centro
administrativo de Brasília e em parceria com a Secretaria de Estado do Trabalho,
Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos
Humanos/SEDESTMIDH, em particular com o Centro de Referência Especializado
para População em Situação de Rua/Centro POP.
Ação: intervenções junto à população atendida pelo Centro POP, com ênfase em
moradia (aluguel social) e inclusão social.
Equipe Grupos de Ajuda Mútua
Trabalho desenvolvido junto a usuários e familiares envolvidos em situações de
sofrimento mental, com apoio de profissionais e gestão de alguns CAPS DF.
Ação: apoio aos usuários e familiares em sofrimento e vulnerabilidade social
relacionada aos transtornos mentais, ao uso abusivo de álcool e outras drogas e a
violência social, em diferentes territórios no DF.
Para melhor organização dessa formação processual, foi utilizado o recurso de
tecnologia de educação a distância, o Ambiente Virtual de Aprendizagem – AVA,
Plataforma Moodle, para facilitar a localização e disponibilização dos conteúdos de
aprendizagem do curso de formação e dos registros das ações de vinculação feitas pelas
equipes operadoras do TC. Os dados obtidos compuseram um banco armazenado no
endereço: https://ead.obsam.unb.br/
Referências Bibliográficas
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Núcleo Técnico da
Política Nacional de Humanização. Acolhimento nas práticas de produção de saúde /
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da Política
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2010.
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Insumos Estratégicos, Departamento de Ciência e Tecnologia. – Brasília: Ministério da
Saúde, 2011.
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BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa.
Departamento de Apoio à Gestão Participativa. Políticas de promoção da equidade em
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MILANESE, Efrem. Tratamento comunitário de das adiciones e de las consequências
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